Após o primeiro período histórico da Capa dos Pobres, que ocorreu desde a sua fundação (1922) até a inauguração da primeira sede própria (fins de 1941), iniciou-se um segundo ciclo na história da Casa, que abrange os 20 anos seguintes, até a época em que houve a inauguração do Hospital Evangélico (fins de 1959).
Logo após a inauguração da primeira sede, ainda em 1941, a cofundadora da Casa, Sra. Acácia de Brito, foi nomeada zeladora e passou a residir na Capa, recebendo remuneração. Ela residiu no Centro até 1949, quando se mudou e foi substituída por Antenor Alves Teixeira, que no futuro viria a tornar-se presidente da Capa.
Em 1947, a sede foi gratuitamente cedida para funcionar como escola pública para a alfabetização de adultos, devendo o governo fornecer professora, zeladora, livros e materiais. Este arranjo era possível porque a Capa, nesta época, não funcionava todos os dias da semana e havia carência de edifícios públicos no bairro.
Localizada em um bairro de periferia, a Capa dos Pobres sobrevivia com muitas dificuldades materiais, sustentada por associados que também não eram pessoas de muitas posses. Doando parte do pouco que possuíam, estes pioneiros abnegados materializavam “o óbolo da viúva” que Jesus viu em Jerusalém, doando o que muitas vezes lhe fazia falta. Nesse tempo, os associados eram visitados em suas casas para os pagamentos de contribuições ao Centro, sendo que muitos que não podiam pagar davam suas contribuições por meio de trabalho.
Um exemplo deste engajamento dos associados ocorreu na comemoração dos 30 anos da Casa, em 1952. Uma festa foi marcada para o domingo, 29 de junho e, para preparar as instalações para o evento, foi organizado um mutirão: a Casa doou latas de tinta e os próprios sócios arregaçaram as mangas para fazerem uma pintura nova, doando sua mão-de-obra para embelezarem a sede para as festividades.
Em 1956, Maria de Lourdes de Almeida Corrêa tornou-se a primeira mulher a participar da gestão da Capa, no cargo de 1ª Secretária, que ela ocupou por 4 mandatos sucessivos. Depois desta pioneira, foi somente nos anos 1970 que as irmãs Mabel e Márcia Holzmann voltariam a representar a voz feminina na gestão da Casa. Felizmente, esta realidade modificou-se bastante nos anos mais recentes da instituição, em que as mulheres participam intensamente dos cargos diretivos.
Nos anos 1940 e 1950, os mandatos das Diretorias coincidiam com o ano civil, ou seja, as diretorias da Casa assumiam seus mandatos sempre em janeiro. Como vimos, Antonio José de Souza foi o presidente durante a maior parte dos anos 1940 (de 1941 a 1947). Na década seguinte, Sady Luiz Alberge assumiu a presidência no início de 1952 e exerceu sucessivamente 4 mandatos no cargo, até que uma alteração estatutária mudou a época do início dos mandatos para coincidir com o aniversário da Casa, em 28/06. Sendo assim, em 28 de junho de 1959, Humberto Grassi assumiu a presidência para exercer seu segundo mandato (havia sido presidente em 1950 e 1951).
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