Em 1937, com a implantação do Estado Novo no Brasil, houve aumento da repressão ao Movimento Espírita no País. Como forma de proteção, o Centro filiou-se à Federação Espírita do Paraná (FEP), presidida à época pelo empresário João Ghignone, que buscava apoiar seus filiados perante as autoridades, inclusive juridicamente, de modo a garantir o direito à liberdade de culto. Ao invés de enfraquecer, a perseguição uniu os espíritas, que buscavam apoiar-se, no enfrentamento de intolerâncias e dificuldades.
Para existir formalmente e tornar-se plenamente legalizado, Abelardo dos Reis Petra foi encarregado da organização do Centro e a Capa dos Pobres precisou elaborar seu primeiro Estatuto Social, formar uma diretoria e eleger um presidente, Augusto F. Moreira.
Nestes tempos, sem sede própria, a Capa dos Pobres fez verdadeira peregrinação: saiu da Rua Carlos de Carvalho para o então chamado Quarteirão das Mercês. Por duas vezes esteve num barracão na Rua Saldanha Marinho esquina com a atual Capitão Souza Franco. Também instalou-se na Rua Bento Vianna, no bairro Água Verde e na Rua Ângelo Sampaio, nº 1767.
Em 1940, Manoel Rodrigues foi eleito presidente. Nesta época, a Federação Espírita do Paraná (FEP) cedeu um terreno de sua propriedade para a construção da primeira sede própria da Capa dos Pobres. No mesmo ano em que atingia a maioridade, aos 18 anos, a Capa terminou sua romaria e encontrou seu espaço, que é precisamente o mesmo em que se encontra até hoje. Este terreno havia sido doado à FEP por José Ferreira da Luz, em 1907 e estava localizado, à época, na esquina da Alameda Augusto Stellfeld com a rua que então se chamava Capitão Souza Franco, nº 40, no bairro Bigorrilho, e que mais tarde, passou a chamar-se Rua Desembargador Otávio do Amaral, nº 40, alterando-se o número em meados de 1974, para nº 138.
A primeira sede do Centro foi construída em regime de mutirão, pelas mãos dos próprios sócios, nos sombrios tempos da Segunda Guerra Mundial. De madeira, a casa possuía uma entrada com uma sala de cada lado, que desembocava em um salão. Nos fundos, havia uma moradia que consistia em uma sala, um banheiro e uma cozinha, que era habitada por um caseiro, responsável pela manutenção da casa. O sótão, comprido e baixo, com uma acanhada janela na frente e outra nos fundos, servia de quarto. O terreno em volta da casa era amplo, com um poço artesiano nos fundos, pois na época da construção não havia rede pública de água e esgotos na região. Essa sede foi inaugurada em 26 de outubro de 1941, na gestão do presidente Antônio José de Souza, conhecido como Nenê, eleito naquele mesmo ano e que permaneceu no cargo até 1947.
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